Nascimento:
03/10/1954 (Dallas, Texas)
Morte: 27/08/1990 (East
Troy, Wisconsin)
Discos Recomendados: Texas Flood, Live Alive,
Live at Carnegie Hall, In Step e The Sky is crying
DVDs Recomendados: Live at the El Mocambo
e Live from Austin, Texas.
Não é exagero dizer que atualmente existem dois tipos
de guitarristas: os que querem tocar como Stevie Ray Vaughan e os que tentam
tocar diferente dele. Sua influência para o instrumento, independente do estilo,
é inquestionável, o que o coloca na história ao lado de poucos privilegiados
nomes, como Jimi Hendrix, Django Reinhardt, Charlie Christian, Eric Clapton,
Jeff Beck, Jimmy Page e Van Halen. Todos precursores de inovações que fizeram a
guitarra nunca mais ser a mesma depois deles.
Para o blues, sua importância foi maior ainda, sendo
ele o responsável por ressuscitar e difundir, a toda uma nova geração, um
estilo que estava há quase duas décadas relegado ao esquecimento. Trouxe aos
holofotes, consigo, lendas como Albert King, Freddie King, Albert Collins e
Buddy Guy, entre outros, todos amplamente citados por ele como suas fontes de
inspiração. E mais, com seu peculiar blues texano de pegada forte, impregnado
de influências hendrixianas, aliado à postura incendiária nos palcos,
injetou sangue novo ao estilo, que desde então se renova a reboque de toda uma
legião de jovens guitarristas que nele se inspiram.
Segundo conta a história, aos doze anos de idade,
Jimmie, seu irmão mais velho, ganhou um violão dos pais. Ao pequeno Stevie foi
reservada uma guitarrinha de plástico de apenas três cordas, compatível com sua
estatura. Muitos anos depois, Jimmie estaria no auge, tocando com The Fabulous
Thunderbirds. Stevie, apesar de já haver tocado desde os 12 anos em diversas
bandas de Dallas, ainda era um anônimo. Foi quando se mudou para Austin, cidade
que havia lançado Johnny Winter.
Em 1977, já afundado em drogas e meio decepcionado com
a carreira de músico (até então infrutífera), Stevie montou um grupo chamado Triple
Threat Revue, junto a Lou Ann Barton (voz), W.C. Clark (guitarra) e, mais
tarde, Jackie Newhouse (baixo) e Chris Layton (bateria). Em 80, a cantora e
Clark deixaram a banda, que foi rebatizada de Double Trouble, com Vaughan
assumindo o vocal. No ano seguinte, Newhouse foi substituído por Tommy Shannon
(ex-baixista de Johnny Winter).
Em 82, surgiu a grande oportunidade: um show no
Festival de Montreux, na Suíça. E mais, conseguiram um fã muito especial que,
após vê-los da platéia, convidou Stevie para gravar em seu próximo disco e sair
com ele em turnê. O fã era David Bowie. Outro fã conquistado naquele show foi o
cantor Jackson Browne, que lhes ofereceu de graça o seu estúdio na Califórnia
para gravarem o seu primeiro disco (a obra-prima Texas Flood).
Não seduzido pelo estrelato, Vaughan preferiu largar a
turnê de Bowie na metade, depois de gravar o disco Let’s Dance, e voltar
aos pequenos bares com a Double Trouble para divulgar Texas Flood. E
isso só serviu para chamar mais atenção. Quem era aquele guitarrista
excepcional que preferia ser um desconhecido fiel ao seu trabalho do que ser
alguém?
Em 86, Stevie já era há alguns anos um grande sucesso
reconhecido internacionalmente. Mas problemas com drogas e álcool levaram ao
fim de seu casamento e a internação em uma clínica de reabilitação. Em 88, ele
finalmente retornou saudável e sóbrio para gravar In Step, que demonstra
sua maturidade técnica e musical.
Quando tudo parecia finalmente bem, veio o pior. Em 27
de agosto de 90, após um show ao lado de Eric Clapton, Buddy Guy e Robert Cray,
Stevie entrou em um helicóptero rumo a Chicago, próxima cidade de sua turnê.
Sob espessa neblina, o aparelho chocou-se contra uma montanha. Agora Vaughan
está ao lado de seus antigos mestres do blues. Como eles, teve uma vida
intensa, sofrida e conturbada. Como eles, emocionou e ainda emociona gerações
com sua música e história
Nenhum comentário:
Postar um comentário