O bom de se
estudar blues é que blues é uma música de muito sentimento, bem crua e honesta.
Tocar blues bem não é fazer coisas mirabolantes no instrumento. Tocar blues bem
é conseguir transmitir sentimentos intensos. Toda música e toda arte é assim
também, mas o blues é tão simples e tão visceral que se você não se empenhar
nesse sentido, fica transparente a sua falta.
Um blues bem
tocado, tocado com emoção, é uma das músicas mais envolventes que existe. Um
blues tocado sem emoção, com muita técnica, é a coisa mais chata que existe.
Ninguém aguenta. Fica muito repetitivo e sem graça. Chato mesmo.
O maior motivo
de hoje em dia não existir muitos admiradores do blues é esse. A maioria dos
guitarristas e gaitistas de blues não compreendem isso e acham que blues é uma
música de três acordes, sendo uma harmonia fácil de improvisar e despejar um
milhão de notas nos pobres ouvintes. Isso acabou levando a que muitos que tiveram contato com esse
pseudo-blues acabassem por odiar o estilo, vez que nunca ouviram um blues de
verdade.
John Lee Hoocker
tem músicas de uma nota só que te deixam de queixo caído e completamente
emocionado.
Assim, regra
número um para se tocar blues:
"Blues você
não pensa, você toca!"[1]
[1] citando o grande Otávio Rocha,
do Blues Etílicos, um dos melhores guitarristas de blues do país,
extremamente intuitivo e dono de um estilo e fraseado próprio digno de um
bluesman lendário, além de um timbre maravilhoso.